terça-feira, 30 de março de 2010

LOUCOS E SANTOS



Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.



Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril

Texto : Oscar Wilde

Fotos: Henri Cartier Bresson


quinta-feira, 25 de março de 2010

JUNTOS


Antes de Amar-te... (Pablo Neruda)
Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

TEXTO: Pablo Neruda
FOTO: Henri Cartier Bresson

"Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, os olhos e o coração"

(Henri Cartier Bresson)

domingo, 21 de março de 2010

A Loba de Ray Ban

O espetáculo A Loba de Ray-Ban foi encenado pela primeira vez em 1987 com Raul Cortez e Christiane Torloni no elenco.

A peça, com texto de Renato Borgui, conta a história de um triângulo amoroso formado por Júlia Ferraz (Christiane Torloni), Paulo Prado (Leonardo Franco) e Fernanda Porto (Maria Maya). As personagens vivem seus conflitos no palco, logo após a interrupção do espetáculo Medéia.

Numa noite, um espetáculo de teatro é interrompido pela atriz principal, que assume o clímax de sua crise existencial e afetiva diante do público. Revela-se o triângulo amoroso vivido por ela, envolvendo o ex-marido e sua atual amante, ambos atores da sua Companhia Teatral.

Espetáculo muito bom. O texto alterna drama e comédia de forma equilibrada e conta com ótimo elenco.

Aos que puderem, vão assistir. A temporada que está no fim vai até dia 28 de março de 2010 no Teatro do Shooping Frei Caneca.Corram.